Live LabHeN – História Ambiental: uma introdução

Live de encerramento do semestre 2021/2.

Com os professores coordenadores do LabHeN UFRJ, Lise Sedrez e José Augusto Pádua.

26 nov 2021, sexta-feira, às 18h.

A pandemia de covid-19 alavancou diversas inquietações sociais, dentre elas a relação humana com o mundo não humano. Nesse período, a História Ambiental seguiu mostrando suas importantes contribuições para essa temática, e pudemos perceber um maior interesse no campo tanto pelas redes sociais quanto pela chegada de mais graduandos da UFRJ em nosso laboratório. Por isso, nossa proposta com essa live é promover uma abordagem introdutória sobre História Ambiental, visando contemplar não somente os novos que estão chegando e conhecendo esse campo, como também os antigos que buscam revisitar e refletir sobre as bases da disciplina, sua história, suas contribuições e seu constante papel frente aos desafios contemporâneos.

Reunião LabHeN – 18/11/2021

Neste encontro, nossa colega de laboratório e mestranda do PPGHCS/COC/Fiocruz, Paula Fortini, compartilhou conosco sua pesquisa “Por uma comida sem veneno”: a formação do movimento agroecológico no Rio de Janeiro (1979-1985).

Resumo:

Tenho como objeto de pesquisa o processo de formação do movimento agroecológico na cidade do Rio de Janeiro iniciado na década de 1970 até o ano de 1985. O objetivo de investigar tal movimento é analisar os debates ambientais que motivaram o seu surgimento e averiguá-lo enquanto movimento social e científico de resistência à política pública de produção agrícola hegemônica implantada no Brasil, a qual defende e aplica o uso intensivo de agrotóxicos. Avalio também a relação entre saúde e alimentação na formação do movimento.

O casal Joaquim Moura e Ligia Lara escreveu uma carta aos leitores do Jornal do Brasil, em 1979, intitulada “Por uma comida sem veneno”, que tinha como ideais a busca por alternativas para o consumo de “alimentos frescos, puros e baratos”, ou seja, naturais e com preço justo, e a criação de um modelo de vida mais sustentável. Assim, um grupo de pessoas que compartilhava das mesmas ideias se reuniu no Parque Lage da cidade do Rio de Janeiro e debateu alternativas alimentares e de produção. O que busco demonstrar é que a carta e reunião geraram grande mobilização que pode ser examinada como marcos iniciais do movimento agroecológico local. Pressuponho que este implicou a busca por transformações na dinâmica produtiva no campo, na relação homem-natureza-saúde e na dinâmica mercadológica de consumo.

Para analisar os debates sobre a emergência do movimento agroecológico na cidade do Rio de Janeiro, privilegiei o periódico Jornal do Brasil, encontrado na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. A pesquisa exclusivamente digital tornou-se fundamental na conjuntura atual de crise sanitária e fechamento de instituições arquivísticas. Este Jornal também foi escolhido depois de um levantamento geral na base e por ter sido o periódico que mais centralizou qualitativamente e quantitativamente o debate da agricultura alternativa ou natural no período estudado.

Reunião LabHeN – 11/11/2021

Neste encontro, contamos com uma apresentação didática versando sobre o tema “Fontes e Metodologias para a História Ambiental”, com a participação de nossos integrantes Gabriel Paes (Doutor em Geografia e Prof. do Departamento de Biologia da PUC-Rio), Hana Mariana Costa (Doutoranda em História Social pelo PPGHIS / UFRJ e Prof. da Educação Básica) e Natasha Barbosa (Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Historia das Ciências e da Saúde – Fiocruz). 

Resumo:

O presente encontro tem como objetivo expor e debater diversas fontes e métodos para pesquisas no campo da História Ambiental. Os apresentadores, a partir da construção de suas pesquisas, farão uma exposição sobre as contribuições e os limites de diversas fontes e métodos de pesquisa como a iconografia; a História Oral; a análise documental de arquivos históricos, depositados em museus e bibliotecas nacionais e municipais; o uso de metodologias próprias para amostragem da vegetação; processos padrões aos estudos de sistemática e anatomia botânicas; coleções biológicas, depositadas em herbários, nacionais e estrangeiros; além de técnicas de em cartografia.