Encontro LabHeN – 31/10/2019

O Laboratório de História e Natureza continua suas atividades nesta quinta-feira, 31/10, às 14h.

Com a apresentação de Hana Mariana da Cruz Ribeiro Costa, doutoranda no PPGHIS e participante do LabHeN.

Trabalhando o sal: natureza e sociedade no processo de industrialização da salicultura na Região dos Lagos Fluminense (1940 – 1970)

Resumo:

Este trabalho, ainda em desenvolvimento, tem por objeto a produção salineira no entorno da Lagoa de Araruama, onde hoje se localizam os municípios de Saquarema, Araruama e Cabo Frio, durante os anos de 1940 a 1980. O objetivo consiste em investigar as dinâmicas socioambientais existentes na região e suas transformações ao longo da industrialização que teve início na região a partir de 1940. Produção voltada para o abastecimento do mercado interno regional, a salicultura desenvolveu-se à margem da Lagoa de Araruama, e no litoral do Rio de Janeiro, em salinas artificiais a partir da segunda metade do século XIX. O auge de sua produção deu-se na primeira metade do século XX, tendo como momento importante a aplicação da política desenvolvimentista de Vargas na região a partir dos anos de 1940. Seu declínio começou na década de 1970 e abriu espaço para a consolidação do turismo como a principal atividade da região. O uso de fontes primárias como documentos disponíveis no Arquivo Nacional sobre o Instituto Nacional do Sal; relatórios das salinas e aforamentos disponíveis na Câmara Municipal de Cabo frio e a coleta de relatos de moradores da região, nos permitirá analisar as relações entre humano e natureza mediadas pelo trabalho nas salinas. Buscamos aqui a compreensão das relações entre os elementos humanos e não humanos na Região dos Lagos Fluminense a partir de um projeto político de industrialização nacional, que levou a produção salineira para além do abastecimento regional. Essa mudança deixou reflexos não só na produção do sal, mas também em seus trabalhadores e nas formas destes se relacionarem com o trabalho nas salinas, com as outras atividades que exerciam, com a natureza e com seus próprios corpos.

LabHeN na XXXV Semana de História da UFJF

No dia 24/10, o LabHeN esteve representado na XXXV Semana de História da Universidade Federal de Juiz de Fora. O simpósio temático O que há de novo na História? Natureza, narrativas e interdisciplinaridade na pesquisa de História, foi coordenado pelas alunas Hana Mariana da Cruz Ribeiro Costa (PPGHIS/UFRJ) e Natasha Augusto Barbosa (PPGHIS/UFRJ), e contou com as apresentações de Letícia A. B. Silva (IH/UFRJ) e Paula Fortini (IH/UFRJ) .

Os ‘anciões’ que guardam a memória da floresta”

Em matéria publicada no jornal O Globo, o doutorando em Geografia da PUC-Rio e membro do LabHeN, Gabriel Sales, falou a respeito de sua pesquisa sobre a Floresta da Tijuca no Rio de Janeiro. Uma das questões discutidas em sua tese é a estimativa do tamanho de área replantada da floresta no século XIX.

“A mensagem fundamental é que a Mata Atlântica tem imensa capacidade de regeneração, quando deixada em paz ”

Riqueza natural e força. Gabriel Sales atrás da gigantesca mirindiba, árvore nativa da Floresta da Tijuca: símbolo do vigor de espécies que resistem ao tempo Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo . Ana Lúcia Azevedo – 27/10/2019.

Encontro LabHeN – 17/10/2019

O Laboratório de História e Natureza continuará suas atividades no próximo dia 17/10, quinta-feira, às 14h.

Na reunião teremos a apresentação de Gabriel Pereira de Oliveira, doutorando no PPGHIS e participante do LabHeN.

A reunião será também ocasião para o lançamento do livro “A corrida pelo Rio: projetos da canais para o rio São Francisco e disputas territoriais no Império brasileiro (1846-1886)”.

Mais informações

Resumo:

Esta apresentação tem a proposta de pensar o Brasil monárquico a partir de um de seus principais rios, o São Francisco, que percorria províncias importantes e foi o curso d’água mais mapeado no Brasil oitocentista. Com o maior leito situado completamente no então território monárquico,seu leito foi de grande importância para as conformações do território do Brasil. Naquela época, em meio à expansão do capital e à necessidade crescente de ampliar o comércio e interligar os centros produtores aos mercados de consumo, o rio São Francisco despontava como uma grande possibilidade de via de comunicação capaz de interligar norte e sul, sertão e litoral do Império do Brasil. Porém, havia vários elementos ao longo do leito fluvial que fizeram o governo brasileiro e de algumas províncias repensarem seus usos e projeções do rio. Com base nos pressupostos da história ambiental, analisarei essa relação entre as particularidades biofísicas do rio São Francisco e os projetos em torno desse leito fluvial ao longo do século XIX, em especial o projeto de canalização de suas águas para porções mais setentrionais do Brasil.