Encontro LabHeN – 10/10/2019

Na reunião desta quinta-feira, 10/10/19,teremos a apresentação de Paula Fortini, estudante de graduação da UFRJ e participante do laboratório.

O titulo da apresentação será:

“Por uma comida sem veneno”: a formação e consolidação do movimento agroecológico no Rio de Janeiro (1979 – 2010)

A chamada “Revolução Verde”, que despontou após a Segunda Guerra Mundial, tornou hegemônico um sistema de maximização da produção agrícola por meio de pacotes tecnológicos químicos implementados nos sistemas de cultivo, A intenção era de fomentar a produtividade em quantidade, independente das questões sociais e ecológicas. No Brasil, esse método de produção se tornou política pública no início do período de governo dos militares, especificamente, entre 1961-64, que ocasionou a marginalização dos agricultores e produtores rurais, assim como violência e êxodo rural.
Em 1979, abarcados por um movimento ambientalista que crescia mundialmente, um casal na cidade do Rio de Janeiro publicou uma carta aos leitores do Jornal do Brasil fazendo a chamada “Por uma comida sem veneno”, com o ideal de consumir alimentos frescos, puros e baratos, ou seja, orgânicos, e de criar um modelo de vida mais sustentável. Assim, um grupo de pessoas com ideologias ecológicas se uniu e mobilizou a busca de alternativa alimentar, dando marco inicial ao movimento agroecológico com a fundação da Associação Harmonia Ambiental COONATURA.
A pesquisa tem por objetivo compreender a formação, desenvolvimento e consolidação do movimento agroecológico na cidade do Rio de Janeiro iniciado em 1979 até o período de 2010. E, também, de analisar as transformações socioambientais, econômicas, culturais e políticas que ocorreram no meio rural e urbano, entre produtores e consumidores, e na dinâmica da cidade por meio da agroecologia.

Encontro LabHeN – 03/10/2019

Uma geração sem terra: a hidrelétrica de Itaparica e a luta para indenização do povo Tuxá

Na reunião desta quinta-feira, 03/10, teremos a apresentação de Matthew P. Johnson, doutorando na Georgetown University e participante do LabHeN.

O Brasil se beneficiou muito com suas hidrelétricas. Essas grandes usinas trouxeram eletricidade barata facilitando o crescimento industrial e urbano. No início do século XXI, as hidrelétricas foram responsáveis por mais de 95% da eletricidade consumida no país. Deste então, essa percentagem diminuiu, mas as hidrelétricas ainda são responsáveis por mais de 2/3 da eletricidade consumida no país. Apesar dos benefícios, essas grandes barragens também trouxeram graves consequências sociais e ambientais.

Comunidades indígenas têm sofrido muito com a construção de hidrelétricas. Grandes reservatórios inundaram terras indígenas e degradaram os recursos naturais dos quais essas comunidades dependem para sobreviver. Reservatórios na Amazônia foram especialmente danosos. Mas várias comunidades indígenas atingidas por barragens na Amazônia conseguiram um apoio doméstico e internacional que as ajudou a pressionarem o governo brasileiro por compensações. Já comunidades indígenas fora da Amazônia têm tido uma luta muito mais difícil para conseguir apoio e pressionar os governos por indenizações justas. Por exemplo, em 1988, a Companhia Hidrelétrica do Rio São Francisco (CHESF) concluiu a barragem de Itaparica, que alagou a terra do povoTuxá na região do município de Rodelas.

 A CHESF prometeu terra para os Tuxá para compensar pela área inundada, mas, apesar das promessas, trinta e um anos mais tarde eles ainda estão sem-terra.
Essa apresentação conta a história da hidrelétrica de Itaparica e do povo Tuxá, inclusive discutindo algumas razões pelas quais ele continuam sem terra e com sua história esquecida. Nas décadas de 1980 e 1990, as polêmicas relativas à hidrelétrica de Itaparica se tornaram notícia internacional e a situação dos desapropriados chegou até o senador Bernie Sanders, nos Estados Unidos, que reclamou do problema junto ao Banco Mundial.

O Banco tinha emprestado dinheiro para projetos de realocação dos atingidos, mas não para a construção da hidrelétrica. Assim, a comunidade internacional prestou mais atenção à situação dos atingidos. Esta pressão ajudou, e em 6 de dezembro 1986 os atingidos conseguiram concessões importantes da CHESF, que ajudaram a garantir que o processo de realocação fosse realizado de uma maneira melhor do que, por exemplo, no caso do desastre que ocorreu quando o reservatório de Sobradinho, a montante no Rio São Francisco, vazou uma década antes.


No entanto, desde os anos 1990s a situação do povo Tuxá, que de fato nunca foi resolvida, caiu em esquecimento. Assim, além de investigar os impactos ambientais das hidrelétricas e o papel do apoio internacional aos atingidos, o trabalho pretende também chamar atenção para um conflito que não está resolvido.

 

Ciência na Amazônia: Ontem, Hoje e Amanhã

Os impactos das queimadas que estão acontecendo na Amazônia têm gerados inúmeros debates e reflexões sobre a importância da preservação da floresta. O Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) não poderia ficar fora das discussões e traz para este sábado (21) a Roda de Conversa: Ciência na Amazônia: ontem, hoje e amanhã. A iniciativa visa chamar a atenção para a região amazônica, trazendo relatos sobre o passado, o presente e o futuro daquele bioma, junto aos historiadores da ciência do MAST.

Os pesquisadores vão contar um pouco sobre a Amazônia, rica em biodiversidade e um grande regulador climático de nosso planeta. Embora os saberes locais há milênios expliquem sobre essa natureza, a ciência estuda a região há pouco mais de dois séculos. Venha saber mais sobre isso! A Roda de Conversa começa às 15h e faz parte da programação de Fim de Semana do MAST.

GREVE GLOBAL PELO CLIMA

Nesta sexta-feira , 20 de setembro de 2019, será dia de Greve Global pelo Clima.

Nós, do Laboratório de História e Natureza da Universidade Federal do Rio de Janeiro, declaramos nosso apoio e presença nessa mobilização tão importante.

Diante do quadro de emergência climática que vivemos, é fundamental somarmos forças nesse movimento puxado pela juventude em defesa da vida no planeta.


A gente se vê nas ruas!

LabHeN no Morro da Babilônia

No dia 10 de setembro fomos generosamente recebidos no Morro da Babilônia, Rio de Janeiro, para uma apresentação sobre o processo de ocupação do morro, no início do século XX, e a implementação do projeto de reflorestamento. Um dia de troca de saberes para a construção de uma narrativa conjunta sobre a comunidade!


O Morro da Babilônia é parte do estudo sobre mitigações climáticas desenvolvido pela OCC! e financiado pela FORMAS. O projeto de reflorestamento neste morro se inicia com o Mutirão Reflorestamento em meados da década de 1990, e posteriormente passa para a gestão da COOPBABILÔNIA. Projeto de sucesso na recuperação e manutenção de florestas urbanas com colaboração da comunidade.

As alunas Natasha Augusto Barbosa (PPGHIS/UFRJ) e Leticia Andrade B. Silva ( História/UFRJ). Escolinha Tia Percília, Morro da Babilônia