Disciplina Tópico Especial em História do Brasil II: História Ambiental do Brasil

O professor José Augusto Pádua oferecerá neste semestre, 2020.1, aos alunos de graduação do Instituto de História IH/UFRJ a disciplina eletiva, Tópico Especial em História do Brasil II: História Ambiental do Brasil (IHI 105). O curso objetiva através do instrumental teórico e metodológico da história ambiental analisar alguns macro-processos de formação do espaço geográfico e histórico brasileiro, focalizando especialmente o período do século XVII ao século XIX.

IX EPHIS 2020 – Encontro de Pesquisa em História Alcances da História compreender e transformar

18 a 22 de maio de 2020

Bruno Azambuja Araujo, Hana Mariana da Cruz Ribeiro Costa e Natasha Augusto Barbosa – PPGHIS UFR J / LabHeN UFRJ.

Divulgação Minicurso #13

Título: Novas possibilidades de análise através da história ambiental: olhar sobre as relações entre humanos e não humanos

Data e Horário: *18/05, de 08:00 às 12:00 *Sujeito a alteração.

Descrição: A proposta do curso é discutir e oferecer um panorama sobre a perspectiva da História Ambiental, com destaque as produções mais recentes da História Ambiental latino-americana, articulando fontes e metodologias que estão ampliando as análises dentro da História. O desenvolvimento da História Ambiental é recente, se pensarmos na constituição da disciplina histórica em geral. O mesmo é fruto de um giro epistemológico ocorrido nas décadas de 1960 e 1970, que questionava a separação engessada entre as ditas ciências naturais e as ciências sociais e humanas na construção do conhecimento. Ademais, era um período em que as preocupações ambientais ecoavam na sociedade, denotando assim a forte relação com as questões do presente e com as “vozes da rua” na constituição da história ambiental. (PÁDUA,2010). A partir de então, aumentaram o número de análises que consideravam os aspectos ambientais nos movimentos históricos das sociedades.

Nossa abordagem se constrói em torno da conceitualização de “natureza”. Uma palavra polivalente e genérica, que busca representar um universo de processos que estão a parte dos processos culturais e um dos pilares do pensamento ocidental. Quando tratamos de natureza dentro da historiografia, o que percebemos é uma relação ambígua, onde algumas tradições desconsideram a importância da relação com o ambiente na construção das sociedades humanas, enquanto outras caem no perigoso determinismo geográfico/ecológico. A convivência dos seres humanos com os processos biofísicos tem muito a dizer sobre a nossa experiência histórica. Partimos do princípio de que toda a experiência humana sobre a terra se expressa a partir de atos biológicos que produzem as relações sociais e culturais.

A perspectiva da História Ambiental proporciona desafios instigantes para a escrita da História, integrando elementos humanos e não humanos, em variados espaços, e distintas temporalidades, na construção de uma relação com a natureza. Esta, por sua vez, deve ser retirada de uma concepção cênica e colocada em constante intercâmbio com novos interlocutores e elementos analíticos de diversas áreas de conhecimento, como a Geografia, a Antropologia e as Ciências Naturais. Tais desafios se relacionam com questões que se tornaram preocupações cotidianas, tanto do poder público como da sociedade em geral, como sustentabilidade, deslocamentos populacionais motivados por questões ambientais, secas severas, tempestades arrasadoras e mudanças climáticas.

Deste modo este minicurso se justifica pela oportunidade de variadas reflexões e diálogos sobre as relações entre a sociedade e a natureza em diferentes concepções. Para isso, buscaremos trabalhar com os participantes do minicurso a partir das próprias problemáticas trazidas por eles. Após uma reflexão sobre os aspectos gerais e alguns estudos de caso da História Ambiental Latino Americana, se colocará a questão de como as relações com o ambiente biofísico podem aparecer nas pesquisas de cada participante. Tendo isso em mente, trabalharemos as diferentes possibilidades de análise bem como outras formas de fontes que podem enriquecer com novas perspectivas interdisciplinares a investigação histórica.

https://www.ephisufmg.com.br/

17º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia

Boas Vindas

Divulgação do 17º Seminário Nacional de História da Ciência e da Tecnologia, que será realizado entre os dias 21 a 24 de julho de 2020, na Unirio – campus Praia Vermelha – Rio de Janeiro, RJ. Dentre os simpósios temáticos do evento destacamos o ST05, Águas, ciência e sociedade.

ST05: Águas, ciências e sociedades
Coordenadores:
Bruno Rangel Capilé de Souza e André Vasques Vital

Resumo: Apresentação: As relações entre águas e sociedades remontam ao surgimento do Homo sapiens, modificando-se desde os primeiros assentamentos até as megacidades do século XXI. A transformação dessas relações emergem de entrelaçamentos múltiplos de diferentes corpos de água com aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos, no tempo e no espaço. Desde a década de 1930 as águas são objetos de estudo de historiadores preocupados com as relações entre sociedades e rios, mares, lagos, fenômenos hidrometeorológicos e outros. Em um primeiro momento, os campos da História Social e História Ambiental analisaram as águas dentro de uma noção “moderna”, ou seja, a água como um elemento gerenciável por meio do conhecimento técnico e científico, um recurso natural que também é palco social e objeto das representações da mente humana. Mais recentemente, tanto historiadores ambientais, como historiadores das ciências, historiadores pós-humanistas e outros, têm ampliado as formas de analisar as águas entendo-as como fenômenos ativos ou agentes históricos. Seguindo os mais variados caminhos, esses trabalhos analisam como as águas interferem na produção e difusão do conhecimento científico (desde a emergência da hidrologia, da cartografia, da meteorologia, dentre outros, passando pelos desenvolvimentos da fotografia em ambientes subaquáticos) e nas transformações tecnológicas (tendo como exemplo as grandes barragens hidrelétricas e seus impactos políticos, sociais e culturais mais amplos).

Objetivo: Este simpósio busca, por meio de um debate interdisciplinar, discutir as históricas relações entre as múltiplas formas das águas, das ciências e das sociedades. Serão muito bem vindos trabalhos que analisem a presença das águas na produção do conhecimento científico e no desenvolvimento tecnológico; as interações (ou intra-ações) entre sociedade-ciência-tecnologia-águas; aspectos ontológicos e epistemológicos que envolvam ciências, tecnologia e águas; as relações entre águas, ciências e verdade; como a ideia de progresso impactou nas ciências, técnicas e na tecnologia promovendo transformações nas paisagens hídricas; as relações ciência-tecnologia-águas nas mídias e nas artes. Trabalhos fora desses eixos também serão bem vindos, desde que se coadunem com o tema maior águas, ciências e sociedades.

Historia Ambiental Latinoameríca y Caribeña

No ar a nova edição de Historia Ambiental Latinoamericana y Caribeña, HALAC, v. 9 n. 2 (2019)
https://halacsolcha.org/index.php/halac/issue/view/37

A edição apresenta 09 artigos e três resenhas, que compõe o dossiê Balances de Historia Ambiental en América Latina, coordenado pelos investigadores Wilson Picado (Universidad Nacional, Costa Rica), John Soluri (Carnegie Mellon University, Estados Unidos), Guillermo Herrera (Centro de Estudios Latinoamericanos, Panamá) e Gilmar Arruda (Universidade Estadual de Londrina, Brasil)

A equipe editorial aproveita para celebrar, mais uma vez, nossa indexação na SCOPUS.
E ainda, para desejar a todos um feliz 2020.
Que sejam novos e bons ares sobre nossa América Latina.

Balanço da História Ambiental no Brasil

A professora da UFMG, Regina Horta Duarte, em artigo publicado na The White Horse Press, faz um balanço da História Ambiental no Brasil, citando o trabalho que vem sendo feito pelo LabHeN.

Alguns dos membros do LabHeN UFRJ, 2019 (Lise Sedrez, Letícia A. B. Silva, Paula Fortini, Matthew Johson, José Augusto Pádua, Bruno Araujo, Gabriel Sales, Natasha Augusto Barbosa, Hana Mariana da Cruz Ribeiro Costa, Millena Farias). Foto: Matthew Johnson.