Reunião LabHeN – 18/11/2021

Neste encontro, nossa colega de laboratório e mestranda do PPGHCS/COC/Fiocruz, Paula Fortini, compartilhou conosco sua pesquisa “Por uma comida sem veneno”: a formação do movimento agroecológico no Rio de Janeiro (1979-1985).

Resumo:

Tenho como objeto de pesquisa o processo de formação do movimento agroecológico na cidade do Rio de Janeiro iniciado na década de 1970 até o ano de 1985. O objetivo de investigar tal movimento é analisar os debates ambientais que motivaram o seu surgimento e averiguá-lo enquanto movimento social e científico de resistência à política pública de produção agrícola hegemônica implantada no Brasil, a qual defende e aplica o uso intensivo de agrotóxicos. Avalio também a relação entre saúde e alimentação na formação do movimento.

O casal Joaquim Moura e Ligia Lara escreveu uma carta aos leitores do Jornal do Brasil, em 1979, intitulada “Por uma comida sem veneno”, que tinha como ideais a busca por alternativas para o consumo de “alimentos frescos, puros e baratos”, ou seja, naturais e com preço justo, e a criação de um modelo de vida mais sustentável. Assim, um grupo de pessoas que compartilhava das mesmas ideias se reuniu no Parque Lage da cidade do Rio de Janeiro e debateu alternativas alimentares e de produção. O que busco demonstrar é que a carta e reunião geraram grande mobilização que pode ser examinada como marcos iniciais do movimento agroecológico local. Pressuponho que este implicou a busca por transformações na dinâmica produtiva no campo, na relação homem-natureza-saúde e na dinâmica mercadológica de consumo.

Para analisar os debates sobre a emergência do movimento agroecológico na cidade do Rio de Janeiro, privilegiei o periódico Jornal do Brasil, encontrado na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. A pesquisa exclusivamente digital tornou-se fundamental na conjuntura atual de crise sanitária e fechamento de instituições arquivísticas. Este Jornal também foi escolhido depois de um levantamento geral na base e por ter sido o periódico que mais centralizou qualitativamente e quantitativamente o debate da agricultura alternativa ou natural no período estudado.

Reunião LabHeN – 11/11/2021

Neste encontro, contamos com uma apresentação didática versando sobre o tema “Fontes e Metodologias para a História Ambiental”, com a participação de nossos integrantes Gabriel Paes (Doutor em Geografia e Prof. do Departamento de Biologia da PUC-Rio), Hana Mariana Costa (Doutoranda em História Social pelo PPGHIS / UFRJ e Prof. da Educação Básica) e Natasha Barbosa (Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Historia das Ciências e da Saúde – Fiocruz). 

Resumo:

O presente encontro tem como objetivo expor e debater diversas fontes e métodos para pesquisas no campo da História Ambiental. Os apresentadores, a partir da construção de suas pesquisas, farão uma exposição sobre as contribuições e os limites de diversas fontes e métodos de pesquisa como a iconografia; a História Oral; a análise documental de arquivos históricos, depositados em museus e bibliotecas nacionais e municipais; o uso de metodologias próprias para amostragem da vegetação; processos padrões aos estudos de sistemática e anatomia botânicas; coleções biológicas, depositadas em herbários, nacionais e estrangeiros; além de técnicas de em cartografia. 

Reunião LabHeN – 04/11/2021

Neste encontro, demos continuidade aos debates textuais a partir da leitura de “Un lugar para relatos: naturaleza, historia y narrativa”, do historiador William Cronon. O texto foi apresentado por Lise Sedrez e Gabriel Paes.

Reunião LabHeN – 28/10/2021

Neste encontro, nossa colega de laboratório e doutoranda do PPGHIS/UFRJ, Millena Farias, apresentou sua pesquisa “A experiência demonstra a utilidade da medida”: O Imperial Observatório do Rio de Janeiro entre ciências, práticas e serviços no Brasil oitocentista (1827-1890).

Resumo:

Nesta apresentação, trato apenas da primeira metade do século XIX. Na primeira parte, discorro sobre o modo como o Imperial Observatório foi retratado pela historiografia da ciência, apontando problemas e questões que surgiram nas narrativas historiográficas em ordem cronológica. Em seguida, entro nas fontes para discutir o primeiro projeto de observatório e quais as características que ele apresenta, bem como sua recepção pelo corpo político no final da década de 1820, quando foi aprovado o decreto de criação.

Reunião LabHeN – 21/10/2021

Neste encontro, nosso colega de laboratório e doutorando do PPGHIS/UFRJ, Cainã Gusmão, compartilhou conosco sua pesquisa “O espaço público e sua Natureza: subjetividade e poder nas disputas sobre o meio ambiente em Niterói”.

Resumo:

Tomando como estudo de caso a emergência da questão ambiental na cidade de Niterói (RJ) nos anos 1980, a tese se insere no debate sobre a formação do ambientalismo enquanto fenômeno público no Brasil, que acontece, notadamente, nas últimas três décadas do século XX. Serão apresentados dois capítulos da tese. O primeiro abordando as principais hipóteses e reflexões que tem orientado o debate. O segundo capítulo busca, com base no estruturalismo genético de Pierre Bourdieu, compreender a relação entre a subjetividade de diferentes grupos que disputam a questão ambiental no período e a formação de um debate público ambiental em Niterói. Parte-se do seguinte pressuposto: a cultura legítima passa, na modernidade, a ser apresentada e reconhecida como universal, marginalizando, estigmatizando e desclassificando aqueles que não a possuem. Assim, há uma tendência à universalização do reconhecimento da validade de uma cultura cujas condições de acesso e domínio são restritas a uma minoria da população, e esse elemento é fundante da dinâmica do espaço público e dos conceitos que nele circulam (inclusive o de natureza). São analisadas entrevistas de ativistas, pescadores, documentos produzidos por movimentos ambientalistas e fontes sobre o debate ambiental da época investigando a sua relação com a dinâmica do espaço público de Niterói e como isso influenciou a formação do debate ambiental na cidade.