Hoje o LabHeN recebeu o professor Eduardo Relly (UNISINOS) com a apresentação Subtropicalizando a Mata Atlântica meridional: os alemães e a tradução de ecologias e climas na antessala do antropoceno. A migração germânica e o interesse de elites políticas e intelectuais da Europa alemã em relação ao Conesul sul-americano logo assumiu um aspecto climático-ecológico de claras feições geopolíticas. Mesclando discursos de aclimatação humana, as emergentes ciências do clima e políticas de afirmação nacional, a Mata Atlântica meridional foi concebida sobretudo pela sua subtropicalidade, haja vista que ela supostamente permitia a experimentação tropical e, concomitantemente, o eventual transplante de ecologias europeias ao continente sul-americano. As tentativas de colonização do clima e do ambiente da estremadura sul-americana passaram por eficientes redes globais de conhecimento (eruditas, populares, etc.) que buscaram a tradução das ecologias locais. Estes esforços ora aceitavam os elementos nativos e híbridos da região, ora os ignoravam com veemência. Percebe-se, portanto, que tal narrativa negocia os sentidos mais eurocêntricos e coloniais subjacentes à emergência global do antropoceno.