Protagonismo animal na História

Nesta quinta-feira a reunião do LabHeN foi o bicho! Os integrantes, Carolina D’Almeida, Geórgia Raíssa R. Alburqueque e Bruno Capilé, discutiram o protagonismo animal na História. A coevolução de animais humanos e não humanos é um fator presente na história e passível de ser historicizado, portanto relações interespecíficas influenciam as esferas econômica e cultural das ações humanas no planeta. A comunicação pretende abordar aspectos gerais do campo dos estudos animais alinhados à história ambiental. Como estudo de caso analisaremos a presença das baleias no Brasil através dos discursos e debates entre caçadores, ecologistas, parlamentares e a população noticiados pelos jornais da época de 1980 e 1990.

Justiça Ambiental

A reunião de hoje discutiu o conceito de Justiça Ambiental. A apresentação de nosso integrante, Patrick Benaion, contextualizou o desenvolvimento dessa luta e conceito, bem como seu desenvolvimento no cenário brasileiro, tendo em vista a experiência da Rede Brasileira de Justiça Ambiental – RBJA – e as produções teóricos que diversos autores e autoras de diferentes áreas do conhecimento tem realizado pelas lentes do conceito estabelecido à luz da realidade dos problemas nacionais.

Na reunião de hoje tivemos a apresentação de nosso integrante Daniel Dutra Coelho Braga, intitulada “Ciência, espaços coloniais e história ambiental global: um experimento a partir da Guiana francesa (séc. XIX).”A comunicação debateu as categorias de “tropicalidade” e “circulação” no campo da história ambiental por meio de um caso de estudo relacionado à introdução de plantas e cultivos na Guiana francesa, na primeira metade do século XIX. Cartas trocadas no interior do Ministério da Marinha e das Colônias francês permitem a identificação de um debate, e mesmo de algumas controvérsias, em relação não apenas à escolha e nomenclatura de espécies, mas também em relação a técnicas de plantio, sobretudo a enxertia. Esse exemplo de caso de estudo pode guiar pautas analíticas que compreendam relações entre espaços metropolitanos e espaços coloniais de modo dinâmico e multicentrado, esmaecendo caracterizações muitas vezes rígidas e deterministas.

Na reunião de hoje recebemos a professora Regina Horta (UFMG) refletindo sobre os muitos caminhos de uma pesquisa na apresentação “O Zoológico do Porvir”: narrativas e memórias de nação e da natureza no Zoológico de Chapultepec, Cidade do México.

Favelas e meio ambiente

O LabHeN recebeu o professor Mario Brum, na comunicação “Da remoção à sustentabilidade. Favelas, direitos à cidade e ao ambiente saudável“. A apresentação discutiu os direitos que historicamente são negados aos moradores de favelas, acusados de serem agressores do meio ambiente, justificativa usada até hoje para políticas de remoção. No entanto, as remoções pioraram as condições ambientais para a cidade e para os moradores removidos. Assim, pensar no direito à cidade e ao meio ambiente implica em repensarmos as políticas urbanas que contemplem todos os cidadãos sem manter um viés estigmatizante para alguns, mas pelo contrário, pensarmos nas favelas como potenciais modos de moradia sustentável, benéfica à cidade e aos seus habitantes.