Caderno de Resumos do I Encontro Virtual de Grupos de Pesquisa e Laboratórios de História Ambiental do Brasil (2020)

A pandemia do coronavírus marcou o início de amplos esforços em ampliar o alcance de nossas atividades através das tecnologias digitais. No final de 2020, o LabHeN organizou o I Encontro Virtual de Grupos de Pesquisa e Laboratórios de História Ambiental. Uma iniciativa que buscou mapear as instituições científicas que compõem a complexa rede de historiadores ambientais pelo Brasil. Segue o Caderno de Resumos para conhecerem um pouco mais das pesquisas de nosso querido campo pelo Brasil afora. Agradecemos profundamente a participação de todos os envolvidos, e compreendemos a ausência dos que não puderam participar.

Baixe o caderno de resumos, clicando abaixo

Assista as lives de nosso primeiro encontro aqui.

Aproveite e assista o nosso segundo encontro, realizado no final de 2021.

Live LabHeN – História Ambiental: uma introdução

Live de encerramento do semestre 2021/2.

Com os professores coordenadores do LabHeN UFRJ, Lise Sedrez e José Augusto Pádua.

26 nov 2021, sexta-feira, às 18h.

A pandemia de covid-19 alavancou diversas inquietações sociais, dentre elas a relação humana com o mundo não humano. Nesse período, a História Ambiental seguiu mostrando suas importantes contribuições para essa temática, e pudemos perceber um maior interesse no campo tanto pelas redes sociais quanto pela chegada de mais graduandos da UFRJ em nosso laboratório. Por isso, nossa proposta com essa live é promover uma abordagem introdutória sobre História Ambiental, visando contemplar não somente os novos que estão chegando e conhecendo esse campo, como também os antigos que buscam revisitar e refletir sobre as bases da disciplina, sua história, suas contribuições e seu constante papel frente aos desafios contemporâneos.

Reunião LabHeN – 18/11/2021

Neste encontro, nossa colega de laboratório e mestranda do PPGHCS/COC/Fiocruz, Paula Fortini, compartilhou conosco sua pesquisa “Por uma comida sem veneno”: a formação do movimento agroecológico no Rio de Janeiro (1979-1985).

Resumo:

Tenho como objeto de pesquisa o processo de formação do movimento agroecológico na cidade do Rio de Janeiro iniciado na década de 1970 até o ano de 1985. O objetivo de investigar tal movimento é analisar os debates ambientais que motivaram o seu surgimento e averiguá-lo enquanto movimento social e científico de resistência à política pública de produção agrícola hegemônica implantada no Brasil, a qual defende e aplica o uso intensivo de agrotóxicos. Avalio também a relação entre saúde e alimentação na formação do movimento.

O casal Joaquim Moura e Ligia Lara escreveu uma carta aos leitores do Jornal do Brasil, em 1979, intitulada “Por uma comida sem veneno”, que tinha como ideais a busca por alternativas para o consumo de “alimentos frescos, puros e baratos”, ou seja, naturais e com preço justo, e a criação de um modelo de vida mais sustentável. Assim, um grupo de pessoas que compartilhava das mesmas ideias se reuniu no Parque Lage da cidade do Rio de Janeiro e debateu alternativas alimentares e de produção. O que busco demonstrar é que a carta e reunião geraram grande mobilização que pode ser examinada como marcos iniciais do movimento agroecológico local. Pressuponho que este implicou a busca por transformações na dinâmica produtiva no campo, na relação homem-natureza-saúde e na dinâmica mercadológica de consumo.

Para analisar os debates sobre a emergência do movimento agroecológico na cidade do Rio de Janeiro, privilegiei o periódico Jornal do Brasil, encontrado na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional. A pesquisa exclusivamente digital tornou-se fundamental na conjuntura atual de crise sanitária e fechamento de instituições arquivísticas. Este Jornal também foi escolhido depois de um levantamento geral na base e por ter sido o periódico que mais centralizou qualitativamente e quantitativamente o debate da agricultura alternativa ou natural no período estudado.